quinta-feira, 4 de julho de 2013

À vida que habita em nós!

            Marcelo Arcanjo de Jesus

É estranho perceber que somos todos mortais.
Já nascemos sentenciados a partir, e tudo pode abreviar esse tempo.
Somos tão acomodados ou mesmo acostumados com essa ideia, que não nos assustamos mais com a afirmação de que nascemos, crescemos, reproduzimos e morremos.
Cada homem traz sobre si a responsabilidade social de fazer valer a vida que possui, e essa cobrança, muita das vezes, o distancia do mais importante, que é procurar descobrir a razão de se estar aqui.
Tudo à nossa volta possui um sentido ou função. Até mesmo as coisas mais simples, como uma caneta ou um copo. Porém o ser humano, com toda sua complexidade, tem o grande desafio de por si só, ou movido pelas ideias alheias, descobrir a sua função e importância, ou seja, pra quê ele serve e onde será usado.
Alguns se envolvem tanto com afazeres ou tarefas cotidianas, que até chegam a esquecer que não viverão pra sempre e que todos os excessos são prejudiciais.
Outros não se incomodam em estacionarem por aí e apenas esperarem pacientemente que a vida lhes forneça o mínimo necessário para sobreviverem.
Há aqueles que fazem da vida um passeio a um jardim. E aqueles que fazem dela uma caminhada na beira de um precipício.
De qualquer forma, nunca conseguiremos entender o que a vida espera de nós, ou o que nós esperamos mesmo da vida.
Não existem fórmulas ou manuais a serem seguidos que sejam corretos ou seguros se estes forem feitos por humanos.
Contudo, vive melhor, ou mais feliz, o homem que sabe dosar a responsabilidade com o prazer. Que reclama pouco e que se doa mais. Que aproveita bem as oportunidades e que tem expectativas diárias.
Alguns poucos são capazes de observar os mínimos detalhes da natureza, como por exemplo, o caminhar das formigas; o cantar dos pássaros nas árvores; a beleza das flores; o pôr do sol ou as folhas que caem.
Os menos tolerantes passam boa parte de sua existência a reclamar da chuva; do sol; da lama; do calor; do frio; do barulho; do silêncio; da companhia; da solidão e de qualquer coisa que os infortune, como se a vida tivesse a obrigação de ceder ao homem as sua vontades.
Independente do que nós pensarmos ou quisermos, a vida seguirá seu curso e será sempre superior aos nossos desejos e inquietudes, pois ela é eterna e abundante, e todo o restante é limitado e sentenciado ao fim.
A vida é uma estrada e nós somos apenas viajantes. Ela ficará e nós acertadamente partiremos.

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