Marcelo
Arcanjo de Jesus
É
estranho perceber que somos todos mortais.
Já
nascemos sentenciados a partir, e tudo pode abreviar esse tempo.
Somos
tão acomodados ou mesmo acostumados com essa ideia, que não nos assustamos mais
com a afirmação de que nascemos, crescemos, reproduzimos e morremos.
Cada
homem traz sobre si a responsabilidade social de fazer valer a vida que possui,
e essa cobrança, muita das vezes, o distancia do mais importante, que é
procurar descobrir a razão de se estar aqui.
Tudo
à nossa volta possui um sentido ou função. Até mesmo as coisas mais simples,
como uma caneta ou um copo. Porém o ser humano, com toda sua complexidade, tem
o grande desafio de por si só, ou movido pelas ideias alheias, descobrir a sua
função e importância, ou seja, pra quê ele serve e onde será usado.
Alguns
se envolvem tanto com afazeres ou tarefas cotidianas, que até chegam a esquecer
que não viverão pra sempre e que todos os excessos são prejudiciais.
Outros
não se incomodam em estacionarem por aí e apenas esperarem pacientemente que a
vida lhes forneça o mínimo necessário para sobreviverem.
Há
aqueles que fazem da vida um passeio a um jardim. E aqueles que fazem dela uma
caminhada na beira de um precipício.
De
qualquer forma, nunca conseguiremos entender o que a vida espera de nós, ou o
que nós esperamos mesmo da vida.
Não
existem fórmulas ou manuais a serem seguidos que sejam corretos ou seguros se
estes forem feitos por humanos.
Contudo,
vive melhor, ou mais feliz, o homem que sabe dosar a responsabilidade com o
prazer. Que reclama pouco e que se doa mais. Que aproveita bem as oportunidades
e que tem expectativas diárias.
Alguns
poucos são capazes de observar os mínimos detalhes da natureza, como por
exemplo, o caminhar das formigas; o cantar dos pássaros nas árvores; a beleza
das flores; o pôr do sol ou as folhas que caem.
Os
menos tolerantes passam boa parte de sua existência a reclamar da chuva; do sol;
da lama; do calor; do frio; do barulho; do silêncio; da companhia; da solidão e
de qualquer coisa que os infortune, como se a vida tivesse a obrigação de ceder
ao homem as sua vontades.
Independente
do que nós pensarmos ou quisermos, a vida seguirá seu curso e será sempre
superior aos nossos desejos e inquietudes, pois ela é eterna e abundante, e
todo o restante é limitado e sentenciado ao fim.
A
vida é uma estrada e nós somos apenas viajantes. Ela ficará e nós acertadamente
partiremos.
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