Marcelo
Arcanjo de Jesus
Todas
as buscas e inquietudes da espécie humana, talvez sejam explicadas pelo desejo
de serem eternos e abundantes em fortunas, amor e paz.
Nenhum
de nós se conforma com a adversidade ou a ideia de que algumas coisas podem
sair do nosso controle ou vontade.
Diferente
de qualquer outro animal, nós passamos toda a vida recusando os cuidados e
favores cedidos pela natureza e, assim, sempre buscando formas alternativas de
sobrevivência.
Não
há em nós o equilíbrio necessário para termos uma vida dosada de sabedoria e
amor.
Tudo
em nós é desequilibrado, insano e insensível.
Dizemos
que amamos, porém queremos ter e possuir o outro e não damos importância para
os sentimentos e vontades deste.
Dizemos
ser educados e cordiais, porém por motivos banais somos capazes de cometermos
as maiores loucuras e sandices.
Professamos
e dizemos ser amantes da paz, mas na verdade é de violência e maldades que
vivemos.
Estamos
transbordando de arrogância e egoísmo, mas só somos capazes de enxergar o
defeito que há nos outros.
Na
busca incessante por riquezas materiais deixamos de viver a beleza e
simplicidade que há na vida.
Afastamos-nos
de pessoas que amamos, por motivos fúteis e nem nos damos à oportunidade de
sermos por estas, amados.
Perdemos
muito tempo criticando o próximo, sendo preconceituosos e nos esquecemos de que
a nossa vida escorre por nossas mãos como a areia no vento.
Quantas
vezes gastamos inutilmente o precioso tempo que temos em coisas que não nos
renderá nada.
Somos
capazes de falar vários idiomas, porém não temos o discernimento de ouvir e
compreender a voz da consciência.
Queremos
a liberdade e nos esquecemos de que ela só existe se houver sabedoria.
Temos
em nós as respostas para todas as nossas perguntas, mas não as encontramos
porque vivemos no labirinto da razão.
Se
observássemos mais a natureza, não precisaríamos de remédios para dormir.
Se
respeitássemos o nosso semelhante, não precisaríamos de leis que nos punem e
condenam.
Quantas
palavras deixamos de falar, ou as falamos de mais;
Quantas
maldades fizemos ou fazemos aos outros;
Quanta
bondade deixamos de usar;
E
quanta sabedoria foi por nós, desprezada.
No
fim de tudo, restará somente o vergonhoso e eterno silêncio.
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