Marcelo Arcanjo de Jesus
Quando eu era criança as
brincadeiras eram mais simples e ingênuas. As amizades sinceras e duradouras e
o respeito estava presente em todos.
Professores eram autoridades
máximas e as pessoas mais velhas eram tidas como mais sábias e experientes.
Não me lembro se os jovens eram
tão vingativos quanto os de hoje e inclusive me recordo que quando brigávamos
qualquer um dos pais ou responsáveis, que por acaso presenciavam aquilo davam
broncas e conselhos e um tempo depois, lá estávamos de novo brincando como se
nada tivesse acontecido.
Namoro era bem diferente do que
se ver hoje. Embora tivessem os espertinhos, a grande maioria não se arriscava
sequer a falar pra alguém a quem amava os seus sentimentos. Muito menos insinuar
algo mais avançado.
Brincadeiras eram mesmo simples,
como gude, pipa, bola, carrinho de material reciclado, boneca de pano, enfim
bem distante dessa modernidade tecnológica que hoje nos cerca.
Hoje percebo que tive uma
infância sem nenhuma tecnologia, porém maravilhosa.
Morava em uma cidade muito
pequena e tinha uma vida simples e ingênua.
Cometia travessuras das mais
inusitadas, mas no fim tudo ficava bem!
Agora, me pergunto se a
modernidade que hoje nos envolve é realmente necessária ou benéfica!
Vejo que as nossas crianças já
não são tão ingênuas. Que os nossos idosos não são tão respeitados, ou mesmo
que muitos deles passaram a cometer crimes ou até incentivar a outros que os
façam. Que as pessoas que deveriam nos proteger se tornaram corruptas e
violentas e que as escolas são na verdade pontos de vendas de drogas, salas de
prostituição e criadoras e mantenedoras de facções e quadrilhas.
O que há conosco que permitimos
colocar em mãos desonestas o mundo em que vivemos?
Por que ainda achamos que o
dinheiro é mais importante que o caráter e o amor?
Alguém aí, por favor, me diga que
eu estou apenas tendo um pesadelo e que acordarei pra uma realidade diferente!
Até quando iremos ficar sentados
em frente à televisão e chocados visualizarmos o horror que está à nossa volta?
Entendo que o avanço e
modernidade são importantes, mas isso não significa que precisamos destruir
tudo e todos.
Onde ficaram as bolinhas de gudes;
a bola; a pipa; a criança dentro do homem?
Onde está o homem?
Um comentário:
Boa pequenino, um dia acharemos a resposta.
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